Para se entregar... ela precisava se sentir segura.

E os sentimentos ainda estavam ali intactos dentro dela, mas ela decidiu deixá-los por lá trancados a sete chaves; expô-los a deixaria vulnerável demais e ela odiava se sentir desprotegida, ela sempre precisava ter algum tipo de garantia que seria correspondida para poder se entregar, só então ela se doava de verdade e aí sim mergulhava de corpo e alma. Mas essas garantias que ela geralmente precisava, na verdade não serviam pra nada, era apenas algo para ela se sentir segura e achar que tinha o controle da situação. Tudo isso não passava de uma grande besteira, pois ela sempre saiu tão machucada de todas as relações que teve. E ela sempre dispensava pessoas que pudessem oferecer-lhe algo novo, algo diferente, justamente por causa do seu medo de experimentar, de se arriscar. Talvez por isso ela tenha deixado ou até mesmo afastado dela, aquilo que tanto procurava... a tão sonhada, buscada e esperada felicidade.

A felicidade muitas vezes havia batido em sua porta e ela tinha consciência das tantas vezes que foi covarde em não abrir as portas do seu coração com medo de se machucar. Sabia também como isso tinha doído inúmeras vezes e mesmo assim ela ainda insistia em errar, insistia em tentar se proteger demais. Sabendo de tudo isso, ela também já havia percebido que não tem jeito e que não existiam fórmulas para evitar o sofrimento e então ela sentiu mais uma vez que amar não tem mesmo remédio.

Luanda Cristina
Enviado por Luanda Cristina em 07/12/2011
Reeditado em 07/12/2011
Código do texto: T3376904
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