As vezes...
As vezes me assusto com o tic tac do relógio na contagem regressiva, onde um ponteiro o medo e no outro a incerteza.
Talvez seja mais fácil dependurar-me na cruz de ponta cabeça pra ver no que dá.
Ou por a mochila nas costas...
Porque as vezes,
A gente as vezes cria raíz no lugar errado.
E não colhe sorrisos,
As vezes a gente só quer deixar que a chuva espanque a janela, pra não morrer de dor.
As vezes a gente só quer alguém pra embalar o sono a noite.
Ou beber numa mesa de bar, acompanhada da solidão.
Aliás, a solidão não me parece tão má companheira, quando se pensa nela a longo prazo.
Porque as vezes ela já deixou de ser opcional.
As vezes a gente quer voltar de onde começou,
As vezes só atravessar a rua no meio do trânsito só pra ver quantos desviam.
As vezes a gente só quer ouvir o silêncio pare de gritar e aprender a ficar mudo.
Mas tudo isso só as vezes...