O Amor

Confesso... Não fui treinado pelo amor, mas vou aprendendo. Deparo-me com as pessoas e sua insegurança de amar, de se entregar, de viver o hoje sem pensar no amanhã ou no outrora, infelizmente.

As pessoas também olham superficialmente nos olhos umas das outras, mas morrem de medo de enxergar realmente o que os olhos dizem... Mais que uma lágrima ou que um simplório sorriso.

Observo livremente também, que alguns casais se abatem por uma traição, mas outros se abalam da mesma forma. Suas paredes estão prestes a desmoronar, mas um surto de amor e raiva incontrolável faz do traído ou do traidor a fortaleza para reerguer tudo o que se pensava ter construído.

A distância, também é um bom fator, mas não uma justificativa para dar errado e tecer as lágrimas de ambas as partes. Muito pelo contrário, essa é uma barreira de aproximação que testa e põe à prova todos os limites físicos, psicológicos ou qualquer nome que queira dar a isso.

O amor é uma caixinha frágil, frágil, que muitas vezes é destruída por ventos passageiros ou mesmo se abre ou é aberta e é capaz de destruir um relacionamento, um enlace de amor com os surtos de ciúmes que ela guarda, com as tentações que ela reserva, com os perdões, não tão inesgotáveis assim, com o olhar seco de tanto derramar lágrimas que só ela guarda, com as pequenas discussões, que no fundo nem tão pequenas são assim e na superfície, quase na tampa da caixinha, o medo ronda os olhos dos covardes e dos desacreditados.

Mas... Nem só de problemas vive o nosso caro amor!

A cada despertar, com os olhos todos cheios de remelas, o sol os abate e mostra o quanto linda é a vida de quem ama, mas o quanto ela é difícil. No cotidiano mais básico, você vai se olhar no espelho, muitas vezes para gabar-se de sua beleza, mas é em quem você ama que você pensa enquanto escova seus dentes e lava seu rosto, é a imagem da pessoa amada que se reflete no espelho dos seus olhos quando estão fechados e quando abertos pra um novo dia, é o brilho deles que faz de você diferente, assim como as pequenas estrelas olhadas no mero olho humano...

É no estresse do trabalho, nas discussões mais árduas e calorosas que você fechará os olhos, respirará fundo e talvez mudará de opinião ou explodirá defendendo seu ponto de vista e colocando em xeque qualquer carreira.

E na volta, quem sabe num trânsito caótico, você refletirá sobre o seu dia e mesmo cansado, talvez, se não for egoísta o bastante, reconquistará quem ama você, como se esse fosse sua última oportunidade de fazê-lo e mesmo nas coisas mais simples, talvez caretas, dará valor ao luar mais discreto ao lado de quem realmente o ama.

E ao repousar seu corpo sobre a cama, agradecerá por ter essa pessoa ao seu lado e desejando um dia excelente que os aguarda, nesse caminho de pedras.

E se um dia esse laço se romper, por bem ou não, provavelmente deitará você na cama e algumas lágrimas escorrerão dos seus olhos brilhantes que ficaram de mal do amor, como uma criança desapontada.

PS ( Para uma pessoa muito especial...)

Paulo Ricardo Pacheco
Enviado por Paulo Ricardo Pacheco em 06/12/2011
Código do texto: T3374567
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