Romanesco
No cativeiro do corpo, não consigo navegar minha estrela.
Não sei do mar, e por não saber do mar, as minhas caravelas
Despencaram nos despenhadeiros sem fim.
Apenas sei, que o mar é branco, o homem, azul;
Porque o homem sonha, e o mar é sal.
Sonhamos e expelimos nossos gazes, pelos poros da alma.
Não sei da eternidade. A existencia é como um ponto de interrogação:
Decifrarei quando chegar a hora.
Estou aquí, mas isso não basta.
Perguntas me visitarão esta noite, tão vazia de respostas.
Uma certeza me acontece, no reinado das horas:
Ainda hei de ouvir tocar, as trombetas nos palácios,
Anunciando o fim dos impérios.
Vagas e homens se digladiarão, pela sobrevivencia dos livros,
Pela salvação dos versos, pela limpidez do sagrado ato de existir.
A poesia e o ramo de azevinho, a videira e o grão de trigo.
Não fugirá a terra, o mar descansará
E germinará uma outra civilização!