Como é imenso o meu mundo!

Um dia desses; parei para pensar na simplicidade da minha existência. Como de costume fui até o meu querido riacho o qual serpenteia mansamente nos fundos do meu quintal com indelével insistência. Os pássaros gorjeavam, enquanto, cabisbaixo eu sonhava com aquela que me chamava para um deleite qualquer, porém, já havia partido para o além. Quisera ter ido também. E foi juntando vinténs, que somei um enorme harém de ilusão. Décadas de cada lado se passaram, filhos e netos ao meu amor se somaram. Agora que o tempo passou e eu me tornei bisavô posso entender o que de tudo isto restou... Apercebi-me de que a minha felicidade realmente se encontra nesta simplicidade onde não pode existir a maldade. Sou muito rico, pois, tenho um engenho de consciência da lida vivida à consistência de eterna partida. Não preciso provar nada de nada a nada daquilo que tenho. Tenho amor para dar, tenho flor para namorar, tenho a brisa para me aliviar o pesar. Tenho uma cama macia, tenho boa comida, enfim, tenho a minha querida vida. Tenho até pernas para caminhar. E falo com sentimento; pois, se não as tivesse andaria com o meu pensamento. Tenho nada para levar, quiçá, algum bem moral para deixar. Sou rico demais meu jovem rapaz. E a você minha querida rapariga com a sua vaidosa beleza; a sua efêmera vida que o diga com a sua natural certeza.

Como é imenso o meu mundo.

E, se sair ao relento e firmar o meu olhar ao firmamento?

Como é imenso o meu mundo!

O Clarim da Paz

jbcampos
Enviado por jbcampos em 26/11/2011
Código do texto: T3358091
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