Empresa, quartel ou senzala?

Corre daqui, corre pra lá

a agitação não pára

as horas passam e ninguém ver

apenas o corpo sente o relógio correr

Sorria, atenda

seja educada

um minuto por favor

outro serviço pintou

não posso ficar parada

A correria é válida

o cansaço faz parte

só não se conta com a sentinela,

o ser mandante

o ser pagante do meu salário

Sob seu olhar atento

se desenvolve o trabalho

não ria, não brinque,

não converse com o colega

o cliente chegou

não fale baixo, grite

ela precisa te ouvir

se ela te dirigir a palavra

acene a cabeça e não se esqueça de sorrir.

Sim senhora, não senhora

o funcionário que lembra soldado

mas parece mais escravo

submetido à vontade da ama

ser pagante, mas o mais errante.

Tenho que concordar?

Meu salário é você que paga

sobre ele nada a reclamar

recebo mais do que lá no interior imaginava em ganhar.

Mas será que devo sacrificar?

Sacrificar meu orgulho?

Sacrificar meus valores?

Sacrificar o certo?

Tudo isso por dinheiro?

NÃO!

Eu quero mesmo é ser feliz

ganhando menos, talvez

mas dona da minha vontade

dona do meu nariz.

Então fique com sua falsidade,

seu preconceito, sua arrogância

fique com a sua empresa, o meu emprego

e a sua ganância.

Pois eu quero mesmo é ser feliz,

quero ser dona do meu nariz.

daiana gama
Enviado por daiana gama em 24/11/2011
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