TEMO, SIM, MEU SENHOR...

Como um cristão, o Juízo Final não me é conto da carochinha. Naquele dia, ao ouvir a voz firme, amorosa e inefável do Senhor me dizendo: “Ary Carlos Moura Cardoso, onde estão tuas boas obras?” Temo nada Lhe responder. E se Ele insistir: “Ary Carlos Moura Cardoso, onde estão tuas boas obras?” Temo permanecer calado. Mas, se pela terceira vez, ouvir de meu Deus: “Ary Carlos Moura Cardoso, onde estão tuas boas obras?” Só me restará uma saída: baixar a cabeça e, por certo profundamente envergonhado, responder: “Senhor, não eram boas obras. O pouco que fiz eram, sim, simulacros de boas ações. Eu fui uma farsa, Senhor, uma farsa, meu Deus.”