O grande Ballet da vida
Às vezes me pego pensando nos meus pensamentos, nos meus sonhos, nos meus medos e no grande vôo que desejo alçar.
O tempo fez movimentos leves em mim, mas deixou as dores das suas pancadas bruscas, dos seus altos vôos, dos seus mais leves e graciosos movimentos marcados em mim, no meu pensamento, dentro do meu ser.
Os menores movimentos me levaram ao alto, ao grande ser que existe... Os grandes saltos me impulsionaram, mas as cicatrizes do erro e o medo da tentativa e do sucesso dominaram-me. Fui covarde a ponto de ameaçar desistir dos meus sonhos, dos meus medos, dos meus amores, de mim!
O grande salto pode ser dado, o grande vôo será cobiçado, mesmo que minhas pernas não consigam me segurar, mesmo que meus olhos possam fraquejar diante das lágrimas, mesmo até que meu ser se desfaça e sucumba diante das pequenas dores, diante da grande platéia solidão...
Não sei o que a grande hora me reserva. Confesso: não saberei me calar diante de todos os meus medos, das fartas inseguranças que me cercam, dos fantasmas do futuro, dos movimentos do grande fracasso, dos saltos d’uma pequena vitória... Eu, ser? Não saberei!
Por mais erros já cometidos, por mais medos já sentidos, por mais im (perfeita) que seja minha precisão, por mais equilíbrio que eu tenha, por mais leveza a cada passo, por mais que possa treinar... o erro e seus aplausos e vaias sempre estarão lá, aguardando este olhar errante para ser alvo de uma reação única. Para ser objeto da maior fantasia, da menor alegria, da tristeza pior; da única realidade a qual nos cabe!