Reflexões Sobre o Tédio
O aborrecimento é uma doença do espírito que termina por corromper a mente e o corpo.
O tédio bom nos leva a buscar fazer algo e o ruim nos leva a não buscar nada. O princípio é o mesmo, no entanto, diferem-se os fins.
O tédio é, no homem, o vazio que antecede a explosão da realização. É como o vazio que habitava o Universo antes do Big-Bang.
Se de um mal nasce um bem, não era um mal. Se do tédio nasce uma atividade, uma idéia ou vontade, não era um mal, mas o bem germinando.
Só nos mata o tédio que perdura para sempre, mas nada dura eternamente, a não ser a própria vida em espírito.
Quando no fundo do tédio, não faça nada. Respire e espere. Aos poucos as idéias vão surgir e seu cérebro começará um movimento libertador.
A história da humanidade também pode ser descrita como uma luta contra o tédio.
O tédio é o carvão frio à espera da chama que o aquecerá.
O tédio é uma erupção ao contrário: é uma erupção para o interior da alma.
O tédio é o passivo da alma. Nenhuma empresa se constrói sem passivos, nenhuma alma se edifica sem cravar raízes no limbo e elevar-se ao céu.
Sem o tédio o homem não buscaria a música, as preces, as letras e nenhuma arte seria completa. O tédio é a massa básica das formas culturais.
Cultiva a paz, a busca do bem, comum, a meditação e o trabalho como fugas ao tédio.
Não procures vencer o tédio, mas não permita que ele o derrote.
Das nossas fraquezas brotarão as raízes de nossa verdadeira força, o tédio é pré-requisito para se buscar uma vida mais plena e melhor.
Fôssemos sempre satisfeitos e não teríamos deixado o estado animal.
Homem sem tédio não seria mais um homem, mas um Deus ou um verme. Ambos não o sentem.
O tédio nos estimula a mudar, sem ele, padeceríamos na mesmice. Desse estado parado nascerá o movimento para a felicidade.
Tédio, sim, às vezes. Inércia, nunca. Mudar sempre para eternamente progredir: essa é a Lei.
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