AMOR DE DITADURA

A teologia nos mostra que o amor possue três vertentes, ou modos de atuar no homem: Ágape, Fileo e Eros.

O amor Ágape é aquele amor incondicional, que Deus tem pela humanidade, que mesmo errando constantemente, ainda permanece sendo objeto do Seu amor. O Fileo é aquele sentimento paternal, onde os problemas e adversidades nunca o abalam. E enfim o amor Eros, que é voltado ao desejo do corpo, não o desejo desenfreado que vemos hoje nos bailes funk, mas o real desejo do homem pela mulher, como paixão e instinto.

Analisando alguns fatos da vida, cheguei a conclusão de que há ainda uma quarta vertente deste objeto de desejo de muitos, o amor.

O quarto "tipo" de amor é o Amor de Ditadura.

Não é político, se bem que acontece muito nesse meio. Nem algo exclusivo de Cuba, grande expoente deste molde de opressão.

Opressão, talvez seja esta a palavra que melhor defina o Amor de Ditadura, pois é realmente esta a finalidade do mesmo: oprimir o ser (objeto) amado.

O "Amante" Ditador é aquele que promete (e cumpre) mundos e fundos para a pessoa amada, sendo querido, compassivo e totalmente dedicado, exigindo apenas um pré-requisito da pessoa amada: total submissão a ele.

Isso também não é exclusividade dos assassinos em série ou dos amantes neuróticos, cheios de distúrbios de personalidade. Tenho certeza que você mesmo, querido leitor, conhece de perto ou até mesmo já foi um Amante de Ditador.

A maior característica deste ser inescrupuloso é a mudança radical no conceito correspondente ao antigo objeto de amor. Enquanto a pessoa o venerava e obedecia calada e cabisbaixa, recebia todo o carinho do mundo e era tida como uma pessoa perfeita. Basta apenas desobedecer ou confrontar uma ordem do Ditador, que todo o romantismo cai por terra no mesmo instante.

Pior é quando chega ao fim o relacionamento do Ditador amante. A pessoa que apenas deixou de adorá-lo e reverenciá-lo passa imediatamente a ser objeto de ódio do Ditador, sendo difamada veementemente e excluída do círculo social do Ditador.

Infelizmente, meu querido, não existe este tipo terrível de amor apenas nos romances, mas também nas amizades e famílias. O egocentrismo exacerbado constrói regimes de Ditadura nos mais variados círculos sociais.

Deixo aqui meu conselho: se você perceber que está sendo oprimido por um amor de Ditadura, corra! Pois logo você, mesmo involuntariamente, irá contradizer o ditador e então se tornará vítima de uma perseguição ferrenha, odiosa e infelizmente caluniosa.

E se você se identificou com o Ditador, procure mudança (ou tratamento), pois ninguém "pertence a você", nem suas ideias e ideais são os únicos expoentes de verdade do mundo.

Pense bem!

Abraços!