Retrato da dor.
Estou me sentindo só, e neste puxar da solidão que tenta me levar para as águas profundas, eu sinto também que preciso reagir, mas sei que estarei simplesmente remando contra a corrente.
Não sou poeta para poder expressar em trovas ou versos tudo que tenho em mim, ou melhor, o que sobrou, mas não preciso de rimas nem de palavras bonitas mesmo porque não conseguirei expor de fato os fatos que me levaram a este estagio de dor, pois na certeza das minhas incertezas somente ficou como testemunha o silencio de um quarto vazio, mas ainda posso ouvir mesmo não querendo, aquele ultimo som, que jamais em momento algum pensei que iria ouvir, você dizendo adeus.
E a alma por mais que possa nos surpreender com os seus múltiplos conselhos se cala, pois parece também atordoada como quem é pego de surpresa, e assim nem tenta reagir, e isto de fato me torna frágil e o pior, se é que possa existir algo pior, é que os meus pensamentos também se foram, levados por ti.
Novamente eu digo: estou me sentindo só. E se alguém quiser por ventura saber como é o fim de grande amor, basta olhar para mim, pois agora, neste exato momento, eu sou o fiel retrato da dor.