Foco
O verde
Veste o corpo da terra
Feito sombra que acompanha
O mais puro silêncio
Numa relação íntima
Com o próprio crescer.
Como os valores
Em sua autoridade integra
Esvazia provável saber
Do homem que pensa ser absoluto
Inchado de falso poder.
É preciso olhar de fora
Sem perder elementos
Pois o que explode dentro
Em externo já existiu
Deu forma a idéia e depois submergiu.
Sei que fazer o outro entender
É mais difícil do que escrever
Atingir o foco é desafiador
Extrapola o tempo
E a passividade do interlocutor.
Por isso creio que as criaturas solitárias
É que carregam o peso do habitável
Que conseguem conviver com o condenável
Sem se corromper.
Entendem que somos interligados
Sem necessidade que alguém ganhe
Ou tenha de perder.