Mudar o mundo é utopia. Mudar a si mesmo é sensatez.

Viver é complicado, mas a vida é divertida. As derrotas são insuportáveis, porém necessárias para o crescimento. As dúvidas nem sempre serão tiradas, entretanto, o fato de existir uma dúvida é reflexo do quanto crescemos. Não quero compreender tudo, no entanto, não quero sofrer por não entender nada. Não vou fugir dos problemas, porém não vou olhar somente para ele. Não pretendo, jamais, ser o dono da razão, porém sempre farei questão de ter a minha própria opinião. Não quero me orgulhar dos meus feitos, mas sempre me alegrarei com cada etapa superada. Jamais olharei para a vida sem a perspectiva da morte, porque a convicção da morte é o que nos faz ser mais humanos. Não vou compartilhar idéias com “pagãos”, talvez isso seja prepotência, mas prefiro a prepotência do que a falsa ilusão ética. Sempre farei o possível para não me adaptar aos moldes deste mundo sombrio, porém sempre me lembrarei de que ainda vivo aqui. Os loucos sempre serão mal vistos pelos que se dizem normais, porém prefiro ser um louco e me machucar, do que ser lúcido o suficiente para machucar alguém. Não quero chorar quando sem ao menos perceber, olhar para trás e me perguntar o porquê, no entanto, se por acaso eu chorar, não me envergonharei. Quando a saudade bater no peito e me fazer lembrar aqueles que já se foram, lembrarei que em breve eu também serei saudade. Quando o coração se descuidar e se entregar a ilusão, darei o melhor de mim para escolher o amor. Se por acaso o sol se puser mais uma vez, sem ao menos eu ver a sua luz, pedirei perdão ao Criador do Universo pelo meu descaso com o seu cuidado. Quando eu estiver triste com uma vontade louca de me esconder do mundo, farei o possível para não me entregar, porém se eu não tiver forças o suficiente para sair do meu quarto e viver, certamente eu cantarei uma canção.

Dedico este texto a todos aqueles que não se entregaram ao silêncio eloqüente da vida, que apesar de tantas dúvidas, anseios e medos, são fortes o suficiente para viver. Como diz o Renato Russo na música vento no litoral: “se entregar é uma bobagem”.