Sonhar nada custa

Eu quero um cara.

Um cara desses, que me abra a porta do carro. Que use roupas bonitas, nem muito arrumado, nem pouco.

Eu quero um cara que me leve para jantar e insista para pagar a conta. Que tenha uma barba mal feita, nada de ser bonito, pq odeio sentir ciúme, dá muito trabalho.

Um cara que mande bem, que seja inteligente, gente boa, bom de papo, bom de beijo. Um cara leal, mas sem aquele papo clichê de fidelidade.

Eu quero um cara que me conheça por acaso, quando eu estiver por exemplo: no mercado, em uma fila, sei lá... vai que eu deixo cair a carteira, ele me ajuda a pegar, e começamos a conversar sobre o preço do arroz, ou sobre o trânsito... Uma coisa assim, normal.

Eu quero um cara que me fale de poesia, de música e de sacanagem. Que goste de Johnny Mathis, que goste de vinho branco, de piadas, de filmes românticos, desenhos, documentários. Que vá à praia, que vá ao cinema, mas que não se incomode se a gente não for a lugar nenhum, com preguiça no sofá.

Eu quero um cara calmo, pq eu sou elétrica. Quero que use Havaianas, que ame os animais, a natureza, que mate barata, que goste de me fazer companhia na cozinha enquanto faço delícias pra ele, que não reclame quando danço pela sala... cantarolo no banheiro e jogo totó. Essa cara tem que falar inglês, pra corrigir meu inglês horrível! Que me leve muito ao motel. Adoro motel.

Bom, na realidade quero um cara que não seja tão exigente quanto eu.

Cris Souza Pereira
Enviado por Cris Souza Pereira em 06/11/2011
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