Ciúme de amigo

É impressionante como de repente tudo fica em câmera lenta,

e sem esperar você se vê caindo no vazio.

É confuso perceber que um gesto sem importância ocupa um espaço considerável,

e o quando incomoda essa insignificante ocupação.

O pensamento jogado de um lado para o outro pelos “comos” e “porquês”,

e amordaçado pelo “talvez”, se vê aprisionado no escuro com palavras que não foram ditas.

Olhos ocultos, puros, presenciam e gravam aquela cena.

Ao redor, o todo fragmenta-se.

Eternos milésimos que se repetem.

Somente restando a imagem e o som de um coração

assustado com um sentimento inesperado.

Março de 2011

Gizely Amorim
Enviado por Gizely Amorim em 01/11/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3310915
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