Ciúme de amigo
É impressionante como de repente tudo fica em câmera lenta,
e sem esperar você se vê caindo no vazio.
É confuso perceber que um gesto sem importância ocupa um espaço considerável,
e o quando incomoda essa insignificante ocupação.
O pensamento jogado de um lado para o outro pelos “comos” e “porquês”,
e amordaçado pelo “talvez”, se vê aprisionado no escuro com palavras que não foram ditas.
Olhos ocultos, puros, presenciam e gravam aquela cena.
Ao redor, o todo fragmenta-se.
Eternos milésimos que se repetem.
Somente restando a imagem e o som de um coração
assustado com um sentimento inesperado.
Março de 2011