Vilões
Vilão, e de mim propósitos sem glória.
Que te tornes então matéria do pó, esquecido entre as frestas da estante.
Porque merece, porque padece sob seu próprio modo.
Porque a palidez do tom que aflora, enterra sonhos amanhecidos em pele pura de maciez incontestavel.
E o dia é eclipse eterno.
Matou a tí mesmo, porque incalcula proporções.
Pecados do exagero, sufocando em teias invisivéis, tecendo o medo, e parte com razão. Levando o melhor do vilão.
Porque deméritos apagam méritos, porque vilões saem de trás de suas capas, e vestem-se da discórdia, possuem seus corações alvejados, batendo mortos-vivos dentro do peito.
Vilões e sua sólida solidão para o mundo.
Pecado é estar dentro de sí, é morrer dentro de sí, e acordar vivo.
Ao passo que é o contrário da morte, e matou, destruiu em tudo que passou. E hoje chora sobre as proprias cinzas.
Só te resta as enxurradas da vida, porque tens o que merece.
E merece a solidão porque combina com tua capa vilão, merece os becos escuros, porque odeia a sí , pelos pecados que comete.
Livra-os.
O mundo só precisa de heróis.
Mas eu pergunto, o que seriam dos heróis sem os vilões?