Vilões

Vilão, e de mim propósitos sem glória.

Que te tornes então matéria do pó, esquecido entre as frestas da estante.

Porque merece, porque padece sob seu próprio modo.

Porque a palidez do tom que aflora, enterra sonhos amanhecidos em pele pura de maciez incontestavel.

E o dia é eclipse eterno.

Matou a tí mesmo, porque incalcula proporções.

Pecados do exagero, sufocando em teias invisivéis, tecendo o medo, e parte com razão. Levando o melhor do vilão.

Porque deméritos apagam méritos, porque vilões saem de trás de suas capas, e vestem-se da discórdia, possuem seus corações alvejados, batendo mortos-vivos dentro do peito.

Vilões e sua sólida solidão para o mundo.

Pecado é estar dentro de sí, é morrer dentro de sí, e acordar vivo.

Ao passo que é o contrário da morte, e matou, destruiu em tudo que passou. E hoje chora sobre as proprias cinzas.

Só te resta as enxurradas da vida, porque tens o que merece.

E merece a solidão porque combina com tua capa vilão, merece os becos escuros, porque odeia a sí , pelos pecados que comete.

Livra-os.

O mundo só precisa de heróis.

Mas eu pergunto, o que seriam dos heróis sem os vilões?

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 01/11/2011
Código do texto: T3310201
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