A VIDA QUE SE LEVA...
A vida que se quer muitas vezes não é a vida que se leva; nem parte reduzida dela. De fato, muitos não sabem dizer ao certo a vida que querem e a vida que levam. Aliás, neste mundo de histórias, de gostos e contragostos, onde uma parte é livre arbítrio e outra (muitas vezes) é sutil imposição, tem aqueles que realmente nem sabem o que levam e para onde levam. E além desses, tem os que levam palavras e aqueles que levam apenas silêncio. Tem aqueles que levam desilusões e tristezas e tem também aqueles que levam apenas esperanças e alegrias. Assim, tem também alguns que levam milhares de cores e outros que levam apenas o gris; deixando a paleta sem opção alguma de tons. Em muitos caminhos, em muitos lugares, tem aqueles que levam âncoras e aqueles que levam asas; e tem também os que levam apenas abismos e, infelizmente, não sabem nem dizer onde esses abismos levam. Temos os que levam intolerâncias e soberbas, bem como aqueles outros que levam tolerância e humildade. Alguns levam amor e paz e alguns outros levam ódio e guerras. E tem também aqueles que não querem levar nada, absolutamente nada. Assim, definitivamente, a vida que se quer muitas vezes não é a vida que leva; mas a vida que se leva muitas vezes é a vida medíocre que se merece; e muitas vezes se merece uma vida medíocre por inércia, por desmazelo, por utopias e por ousar repetir os mesmos fracassos que não levam a nada. Ora, porque a vida é inevitável aos que vivem e, diuturnamente, boas opções precisam ser feitas por quem vive. É preciso que se queira e que se busque uma viva melhor a cada dia. Porque mesmo não tendo integralmente a vida que se quer, é mais importante que se reconheça a vida que se leva; e mais importante ainda reconhecer que a vida que se leva é realmente uma vida em harmonia, realizações, amor e completa e perfeita paz de espirito!