Sentinela.
Fico aqui na minha janela observando o vento, olhando de que lado ele irá mais soprar, assim como faz quem senta a beira do rochedo olhando as ondas na praia que o mar faz chegar.
Fico atento a qualquer ruído diferente e tento descobrir se existe algo que ele possa me trazer, e quando chega a ponto da saudade quase arrebentar meu peito, juro por Deus, não é apenas imaginação, ouço claramente você dizendo que esta prestes a voltar.
Não ouso mais sair, pois não quero passar pela porta que deixou você ir embora, não quero que esta casa venha a pensar que tudo entre nós se acabou, pois o vento, assim como as ondas vai e vem num mover constante, e a esperança, a única que comigo ainda ficou insiste em me dizer que não devo sair do meu posto de vigia, porque na reviravolta do tempo o mesmo vento que venta pra la um dia ventara pra cá, levando ou trazendo novidades, e tenho que estar sempre atento a cada momento que o vento rugir, pois de repente, da minha janela, posso quem sabe ver ao longe você na esquina surgir.