O TRISTE DESTINO DOS DITADORES
Sem entrar no mérito da história de todos os ditadores que marcaram épocas, o fim trágico e indigno de Muammar Gaddafi, o ditador que comandou a Líbia por quarenta e dois anos, ao menos nos aciona as reflexões.
Vivemos num mundo de grandes e rápidas transformações, tanto materiais como espirituais, e eu acredito que nada acontece por acaso nas entranhas deste cosmos tão confuso e heterogêneo, às vezes sem sentido lógico.
Os fatos marcantes da história da Humanidade sempre nos mandam recados, e o desaparecimento violento do ditador nos manda um recado político e humanístico.
Primeiramente o de que nenhuma opressão e manipulação políticas, por mais que se sintam inabaláveis, são para todo o sempre.
Colhemos o que plantamos, nossos atos sempre têm forças oponentes em sentido contrário ao da nossa direção.
O outro recado é humanístico e demonstra o que somos nós, o "bicho -homem", animais racionalmente tão irracionais.
Duma insanidade por vezes inimaginável!
Os que te elevam hoje te afundam amanhã, num jogo de interesses muito rápido e de efeitos incalculáveis.
Temos muito "impérios" que nos rodeiam pela vida, materialmente invisíveis, porém devastadores. Os imperadores estão em todo e em qualquer lugar fazendo suas presas, vítimas das suas psicoses individuais e coletivas.
Por vezes somos vítimas dos nossos próprios impérios interiores que nos escravizam sem dó, sequer piedade.
É preciso enxergar o que não se vê para que possamos ler nas entrelinhas os recados que a vida nos manda.
O caso Muammar Gaddafi é sobretudo figurativo para todos os que acreditam que são eternamente poderosos.
Mesmo àqueles que se julgaram no direito de vilipendiar sua existência danosa a lhe sentenciarem um fim tão abominavelmente trágico.
Há um poder maior, acima de qualquer HOMEM-DEUS, que não permite que nada fique impune. Não é necessário que o Homem suje suas insensatas mãos.
Ainda que a Justiça do homens nos pareça tão mais poderosa, cruel e vingativa...quanto sua imensurável ânsia por qualquer poder.
Que o mundo entenda a lição que nos chega.