EXÍLIO.
Nas horas escuras, silencio,
a espera da aurora,
Antecipando a alforria do dia
das garras da noite.
Nem todos os sonhos embalam
suavemente o sono.
A treva sussurra na sombra
as promessas que jazem esquecidas
entre os lençóis frios, vazios...
Gota a gota a solidão enche as taças
que transbordam, intocadas.
Velo a madrugada, insone.
Escoa o tempo na ampulheta, e o
raiar do dia desponta sem alarde
iluminando o mundo, sereno...enquanto
permaneço na penumbra do quarto...
como se o amanhecer fosse apenas um ato
a mais no espetáculo, e dele me ausentasse
por vontade, tão somente pelo exílio de mim, sem ti.