O oco do eco de dentro

Narro agora como ecoa o silencio de mim mesma

Querendo falar de coisas que acho que ninguem quer falar

Porque tenho essa necessidade patologica

Quero falar do motivo do filme que vi,

Da poesia que estava na musica,

Do som do baixo de uma banda,

Da forma de cantar de um vocal,

Quero falar do que senti andando de barco e mergulhando

Da luz da lua na estrada quando estava voltando

Do arco iris que bate foto quando aportei no cais

Mas quando abro a boca pra falar,

Parece que todos viaram as costas e estão prestanto atenção em algo melhor

Mais divertido

Ai vem o nó

Vem o eco de minha voz

Volto pra casa e vejo um filme

Uma série

A caneta e o papel na eterna companhia

Fico escrevendo as duvidas de fisica

De teorias

De conspirações

E tenho a certeza de que não terei com quem falar desses assuntos

Em todo canto que vou eu ouço

Que sou comunicativa

Que converso bem sobre todo assunto

Que entendo de tudo um pouco

E penso comigo

"Assim é facil.... eu falo sozinha o tempo todo "

E sorrio ate que feliz

Porque estou aprendendo a ficar calada

Efalar só o que as pessoas querem ouvir

Sinto a porta do silêncio da alma de todos que eu conheço

Bater em minha face

E o desespero volta em mim

Como carrinho de uma montanha russa desgovernado

Nessa necessidade quase patologica de falar

Escrever

Tentar verbalizar o que fica em forma de sentimento Dentro de mim

Acumulado no tempo que passei em silencio ouvindo

Ouvindo

Todo mundo falando ...

E eu, com esse nó na garganta

De silêncio

Que me dá vontade de chorar

Quando menos espero eu venho para meu canto

Pego minha arma apontada

Escrevo com toda força

E percebo que

Quem me entende

Quem me da atenção

É quem menos me conhece

Então uso o verbo para me enforcar

O substantivo para me afogar

E o sonho para dormir