O ESPAÇO PÚBLICO

O espaço público deve ser pensado e executado para aquilo que é. Deve ser o lugar onde a existência individual só pode existir se, e somente se, não negar a existência coletiva. Não significa, entretanto, que deva cega obediência à maioria, e com isso, ser anulado enquanto indivíduo, portador de vontades e interesses próprios, mas que só é público aquilo que é de todos e de ninguém. Noutras palavras, sendo o espaço público desprovido de proprietários, não lhe convém abarcar, sob risco de se descaracterizar, cristalizar desejos e vontades individuais – ainda, que se reconheçam essas existirem -, pois, no instante em que essas se sobreporem à coletividade, duas coisas aconteceram: 1) o espaço publico perdeu seu ethos, isto é, o sentimento coletivo que lhe caracterizava, cedeu ao privado. E segundo, ao acontecer o que se disse, vimos a possibilidade de se ver nascer um tirano. O que se conclui, que a defesa pela manutenção do espaço público, deve ser travada como se uma guerra fosse.