DUAS VIAGENS AO INTERIOR DE MIM
No dia da aflição supliquei ao Senhor e Ele fez comigo uma incursão para o mais interno de mim: “Aqui onde habito ninguém pode afligir-te. Entra e descansa-te.” E vi que era bom, pois ali não poderia entrar o ser que me caluniava e me injuriava; aquele ser contra o qual eu não tinha forças ou palavras, aquele que arrastava na lama, para longe de mim, o meu nome, onde eu não o poderia alcançar ou me defender. Ali com o Senhor descansei e adormeci.
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No outro dia quis ir com o meu Senhor ao lugar do meu repouso, onde os pensamentos perderiam suas amarras, pois não estariam lá os que me afligiam e ainda afligem. Fui com o meu Senhor.
_Senhor_ com espanto eu disse_ como podem estar aqui aqueles que não falam comigo e os que não cessam de colocar-me armadilhas e pedras de tropeço?
E o Senhor, num átimo, fez-me ver e compreender que aqueles que me desprezavam estavam ali juntos dos que me amavam porque eu os havia colocado no mais interno de mim toda vez que por eles orei e ao Senhor, e por eles, pedi misericórdia. Eles estavam ali com os que me amavam porque os coloquei a todos dentro de mim quando orei e pedi por eles, por nós e pelo mundo inteiro, mas ninguém poderia afligir-me porque ali era o Templo do meu Senhor e ninguém faria barulho e haveria respeito ou Ele expulsaria os ousados, nunca os contritos, como o fizera com os vendilhões no templo.