Livrando-se da morte para entender a VIDA
Da vida vaga saudade
Que da morte levanta.
De medo deveras
O espírito não descansa.
Sem estrutura determinada
Apenas um nítido aglomerado
Apavora...quando se vê de fora.
Por que titubeias
Se vieste para partir?
Lança fora teias
Deixa o sangue das veias
Parar as correias
Olha a alma a sorrir.
Entrega ilusões
Materialidades...situações.
Veja como é belo
O quebrar desses elos
Destruindo castelos
Que pensávamos possuir.
Por que te seguras na existência
Insistindo em permanência?
Se não é mais hora
Se o relógio aferrora
Cada minuto do existir?
Já não é preciso passos
Objetivos...enlaços
Nem pressa... nem tormentos
É outro o tempo.
Já és sopro da existência
Sem aparatos ou vestimentas.
Sinta a essência
Livrando-se da matéria
Sem o peso da força cemiterial
Velando corpo carnal.
As bagagens entregues
Sem perigo de extravios
Confiando no Comandante do navio.
Guiados pela Luz Maior
Que no horizonte abre seus braços
Segurando nosso cansaço.