Reflexões Sem Sentidos3 - Prece ao Cigarro

Vejo toda essa campanha contra o tabagismo como mais uma forma do governo de alienar as pessoas. Espero que você esteja curioso e não chocado, afinal, se o amigo leitor não fuma. Eu, ingênuo escritor, também não o faço.

Veja bem, meu argumento é bem simples: Quando uma pessoa fuma, ela pensa. E pensar hoje em dia é coisa perigosa e até mesmo exótica. Aliás, poucos são os que se arriscam nessa arte, pois muitos afirmam que pensam, mas na verdade, apenas imaginam e desejam.

Podem falar em saúde, câncer, sofrimento, pulmões entupidos ou mau hálito. É verdade o cigarro é causa e provocador de cânceres, mas o câncer, nada mais é do que o dispositivo “OFF” do ser humano. Quer viver pra sempre é? Nesse corpo? Viva para sempre no seu legado, na sua obra, nas suas contribuições para o engrandecimento ou entretenimento da humanidade.

Grandes artistas do passado eram fumantes compulsivos. Alguém, além de mim, nota que as músicas antigas eram melhores? Mais bem feitas? “Os jogadores de futebol também”, podem pensar, mas isso é outra historia.

Lembra do Tom Jobim e do Frank Sinatra cantando e fumando juntos? Legal, né?

O cigarro ativa o cérebro momentaneamente, mas nesse momento que a mágica acontece. Às vezes, saem coisas legais desse momento. Músicas, poesias etc. Note que as grandes músicas, as grandes poesias da humanidade, foram feitas por boêmios, algumas foram escritas em uma mesa de bar, entre um gole e outro de alguma bebida e regados pelo sentimentalismo.

Se você esta querendo me decapitar agora, é mais ou menos, porque a propaganda do governo contra o tabagismo te faz pensar assim mesmo e o medo do câncer também. Mas, em contra partida a propaganda do cigarro era horrível, extremamente forte. Aquele Cowboy da Malboro, apesar de não ser da minha época, era lindo, todos queriam ser ele. Cigarro, nas propagandas, é sinônimo de liberdade. Veja como a propaganda da indústria do tabaco é estridente, berrante e também aliena as pessoas. Em filmes de guerra o soldado, pouco antes de morrer, tem como seu último pedido: um cigarro. Que coisa linda.

Pois bem, fica a minha reflexão. O cigarro é mesmo o bicho papão da vida? Câncer é culpa dos nossos genes que vieram com defeitos de fabrica, se ele estimula e você pensa assim, não se preocupe, pois o seu futuro e o meu também, são sete palmos de areia sobre os peitos. Se você não precisa de cigarro para escrever, ou criar qualquer coisa, eu também não preciso, por isso que estou escrevendo e você está lendo.

Caro leitor, passei esse tempo todo e não defendi o meu primeiro argumento. Tentarei, agora.

O governo não quer mentes pensantes, o governo quer um povo alienado e sem visão, sem critica, pois assim é mais fácil governar o povo. Todos sabem que ao fumar a pessoa fica parada fumando, normalmente, não se fuma fazendo outra coisa. Nesse momento, a pessoa pensa. Pensar é algo raríssimo hoje em dia, tai algumas atuais tribos urbanas pra comprovar isso. O consumismo também é responsável por isso.

Quando duas pessoas fumam juntas, acontece algo sensacional: elas conversam. Como dizia Raul Seixas: “Dois homens fumando junto pode ser muito arriscado” e “ o prato do melhor banquete é o que se come cabeça de gente que pensa”. Um diálogo, pois é falando que a pessoa estrutura o pensamento e o pensamento é energia, e quando uma energia vira algo físico, essa reação é muito forte, pois para Platão, o mundo das idéias é o mundo perfeito e o nosso mundo é um mero arremedo desse mundo perfeito.

Então, eu um não fumante, defendendo o tabagismo?

Esquisitices a parte, acho isso mais uma forma dos senhores do mundo nos dominar mais facilmente, sem pensar, sem argumentos só nos mostrando o medo mais antigo do homem que é o medo do desconhecido: o medo de morrer e mais ainda o medo de morrer sofrendo.

Aprecie com moderação.

João Murillo
Enviado por João Murillo em 10/10/2011
Código do texto: T3267572
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