Divagações.

 

 

                        Os dias mais felizes foram aqueles em tudo tinha jeito, tudo tinha saída, o sol parecia ter sido feito para mim assim como a chuva, e depois o céu se abrindo era tudo feito pra mim.

 

                         As coisas já não tão simples, os dias já não tão felizes, e me pego pensando em tantas outras coisas, que não o sol, que não a lua..esta passa despercebida no céu noites seguidas. Já não tenho mais a inocência que me fazia sorrir de tudo e a todos acolher – tornei-me reservada, equilibrada e já não caminho mais tão tranquilamente com minhas havaianas, algo dentro de mim perdeu a simplicidade de apenas ser e me sinto corrompida, me sinto um tanto vaga, e questiono sobre minhas verdades, onde elas poderiam ter-se perdido?

                    Nada, absolutamente nada, é igual. Assim sem ter causa que justifique , sinto uma dor que se acomodou tão lentamente que não havia percebido e que agora enfim eu reconheço como uma velha companhia. Eu divago sobre minhas realizações, minhas frustrações e essa sistemática melancolia que me toma num arroubo de saudade. Talvez seja apenas uma coisa do destino, ou apenas a percepção dos meus desatinos que andava escondida e que agora se revela, como uma fera que andava cativa e finalmente encontra liberdade.

 

 

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 06/10/2011
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