Onde se esconde os meus sonhos?
Acabei de assistir o filme dos meus pensamentos revoados, revoltados e solenes. Pensamentos que tumultuam os parâmetros existentes forjados e calcados na crença de que sozinho poderia sentir o gosto de viver plenamente a vida. Nesse filme em branco e preto não há ator principal. Todos são coadjuvantes na busca de querer a qualquer custo conhecerem a razão primeira da existência humana: o amor. Amar o amor, amando a felicidade de tê-lo impulsiona sonhos e abriga decepções nessa viagem infinita alicerçada em mitos de que esse trilhar sem garantias premiará todos os que buscam encontrá-lo. Há, entretanto, nessa trilha sempre um precioso porém que desnuda as falácias de sonhos construídos sobre castelos que se quebram ao mais fino vento, oferecendo sofridos momentos de profunda introspecção. Cada vez mais creio que amor se constrói longe do poder e que felicidade são os momentos vividos que ficam, pois onde existe o desejo do poder Eros se afasta muito rapidamente. Assim mais esperançoso do que confiante pergunto na madrugada incômoda que aquece a sofrida alma dos insones: onde se escondem os meus sonhos? “Sua busca ainda não terminou” replica minha interlocutora permanente das frias horas do silêncio escuro sempre desafiando os limites da construção das linhagens patrimoniais e avisando que lealmente seguirá ao meu lado. Obstinadamente procuro na respiração quase ausente do meu peito forças para seguir nessa sequência hesitante sentindo o som anunciado de que ainda brotará a cena derradeira de findar a espera que me fez travar essa cruzada sem armas, sem brasões, em busca de encontrar respostas aos anseios que inundam minha mente tal qual uma suave brisa carinhosamente adentra meus pulmões anunciando que muito perto dele estou...