A FUGA
Quero voar pela janela e visitar um jardim florido.
Deixar com que as borboletas me orbitem como se eu fosse seu sol...
De olhos fechados, inalar o perfume das flores recém abertas
depois das primeiras chuvas da estação.
Quero ouvir o barulho da água corrente,
sentir o vento bater carinhosamente no meu rosto,
emaranhar meus cabelos e me fazer pairar...
Sem destino, deixarei que a brisa me leve para qualquer lugar, longe ...
Só o vento e eu...
No caminho, sentiria os mais variados aromas e sensações.
Quando a brisa cessasse, deixar-me-ia cair,
como uma leve semente alada, daquelas que são levadas pelo vento.
E quando finalmente tocasse o chão,
o tato dos meus pés escolheria o melhor lugar para descansar...
Neste instante o tempo não existiria,
Não sentiria fome, nem sede.
E quando finalmente abrisse os olhos,
perceberia que o tempo passou e que tudo já havia terminado...