Então, matei o coração
Queridos amigos!
Com o coração na mão
Venho informar que...
Ele está pulsando
Involuntário músculo
Pula de palma em palma
- ele não pára -
Imaginem se ele escapa!
AH AH!
Mas sem rodeios,
Com os olhos molhados e vermelhos
Venho informar que...
Os molhei, sim, os molhei!
Para fingir que choro,
Molhei de propósito
Mas,
As gotas não atingem face
Caso queiram saber
Ok, desta vez eu falo
Caros amigos,
Com as mãos trêmulas e suadas...
MENTIRA! Passei na torneira
Não estão trêmulas porque podem assim ser!
São fingimentos terríveis de gotículas que não posso ter
Apenas fingem ser!
Não finja, sinta!
Mas,
Insanos sentimentos petrificados,
Não alteram meu estado!
Dêem-me uma dose de emoção?
Dêem-me soluços,
- um trago -
Um chá de amor ou qualquer prato
Cuja sobremesa seja comoção!
Bom, amigos, não tenho nem coração nem suor
Como já é sabido!
Mas quero prazer, tenho sede, fome
Libido
Mas por que hei de sentir que algo me falta?
Por que hei de pensar que meu natural
É uma coisa bizarra?
Se eu falo alto e espirro sem graça
Se eu às vezes não penso, ajo
Se tudo não me fica, passa
Se me esquece as desculpas e obrigadas
Se me falta a decência e o estilo
A beleza delicada de movimentos finos
É isto bizarro, amigos?
Não sei, mas algo místico
Guia meu coração que não existe
Estanca meu sangue aguado
Molha meu olhar seco e estorricados
E pensa que me domina
Pensa que está lado a lado
Mas nada que não exista
Nada que eu desconheça
Tem influência sob minha vida!
Por isso, meu guia
É minha cabeça!