Então, matei o coração

Queridos amigos!

Com o coração na mão

Venho informar que...

Ele está pulsando

Involuntário músculo

Pula de palma em palma

- ele não pára -

Imaginem se ele escapa!

AH AH!

Mas sem rodeios,

Com os olhos molhados e vermelhos

Venho informar que...

Os molhei, sim, os molhei!

Para fingir que choro,

Molhei de propósito

Mas,

As gotas não atingem face

Caso queiram saber

Ok, desta vez eu falo

Caros amigos,

Com as mãos trêmulas e suadas...

MENTIRA! Passei na torneira

Não estão trêmulas porque podem assim ser!

São fingimentos terríveis de gotículas que não posso ter

Apenas fingem ser!

Não finja, sinta!

Mas,

Insanos sentimentos petrificados,

Não alteram meu estado!

Dêem-me uma dose de emoção?

Dêem-me soluços,

- um trago -

Um chá de amor ou qualquer prato

Cuja sobremesa seja comoção!

Bom, amigos, não tenho nem coração nem suor

Como já é sabido!

Mas quero prazer, tenho sede, fome

Libido

Mas por que hei de sentir que algo me falta?

Por que hei de pensar que meu natural

É uma coisa bizarra?

Se eu falo alto e espirro sem graça

Se eu às vezes não penso, ajo

Se tudo não me fica, passa

Se me esquece as desculpas e obrigadas

Se me falta a decência e o estilo

A beleza delicada de movimentos finos

É isto bizarro, amigos?

Não sei, mas algo místico

Guia meu coração que não existe

Estanca meu sangue aguado

Molha meu olhar seco e estorricados

E pensa que me domina

Pensa que está lado a lado

Mas nada que não exista

Nada que eu desconheça

Tem influência sob minha vida!

Por isso, meu guia

É minha cabeça!

Laís Mussarra
Enviado por Laís Mussarra em 22/12/2006
Reeditado em 04/01/2007
Código do texto: T325441