Acreditar no que não se vê

Assumir a culpa, desamar

Decobrir, mudar de lugar

Tornando-me plural nesse mundo singular – no teu eu reticente -

Sejamos extensões, pontos de exclamação, e vogais nas palavras que me faltaram

Pessoas, bebidas e etc.

Apostos, prontos e com o peso nas costas, aguardando um amanhã que não vem

Esse amar constante; explodir com a felicidade alheia, delirar a cada sorriso e palavras de ‘meu bem’, abraçar até mundo acabar.

Levantar falso do invisível, e falar em braile

Enxergando a vida por um olhar míope e tateando a cada pulsar

Declarações amor e ódio a cada copo quebrado

O inexistente tomando forma na fumaça do cigarro

O vapor do hálito maciço e só, zíper e um pouco de vodca caminhando da nuca até a costela.

Meus pulmões se prendem, se perdem, imploram socorro.

O laço dando um nó, e ganhando vida até antes de eu acordar

Canto versos de poesias boemias, analisando o andarilho e o invejando aos poucos quando ele cai nos braços de estrada e a ama loucamente.

Acreditar no que não se vê, deixar o coração definir o caminho e depois conseguir dormir, estou matando por uma desventura e morrendo pela boca do estomago, essas borboletas e ansiedade.

Quebrando promessas devagar...

Lendo lábios e observando retinas meticulosas da forma mais sutil.

Assoviando para lua cheia, silabando uma canção qualquer

Despindo a madruga com os olhos... sequestrando um paladar de estrelas.

Beijos sem ser meus e nem seus, saliva e afagos que não te pertence.

Doando-se e fodendo a cada linha cruzada

Fantasias aquáticas nos banhando em vermelho

Soul e meu quarto cheirando café torrado, álcool e canela

Flutuando em um mar de sensações

Sentidos surfando a cada rima... obrigada a odiar meados do receio de ser.

Paula Rodrigues (Coka)
Enviado por Paula Rodrigues (Coka) em 02/10/2011
Reeditado em 02/10/2011
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