Idade nova, Vida nova?
Há muito tempo que ansiava em imaginar como seria celebrar um aniversário novamente. Completar um ciclo, ou imaginar que a terra enfim rodou em torno de si mesma no mágico ciclo de 365 dias. E como todo festejar, este não foi igual. Ah certamente que não.
O que o tornou diferente e singular em relação aos outros foi todo o conjunto de mudanças que trouxe implícito em si mesmo. Pela primeira vez completo uma idade nova longe de meus melhores amigos e pais. É um mundo novo a ser imaginado e desbravado. E como tal nada em si foi previsto. Algumas coisas foram planejadas somente.
Um homem, outrora um garoto. Os desafios agora parecem ser bem mais expansivos do que aqueles de dez, doze ou até quinze anos atrás. Até então o descompromisso era uma ordem de vida, e a vida toda em si uma grande diversão. Não havia contas de água, luz e telefone. Nem tampouco a necessidade em cozinhar, lavar e passar. Eram tempos mais simples...
Mas se estou a lamentar dessas mudanças? Nem um pouco. O que haveria da vida se elas não acontecessem? Partilho da ideia de que vivemos num eterno devir, caracterizado por um constante vir a ser. Nesse ponto a distância de amigos, conhecidos e o desprovimento de rotas conhecidas me faz acreditar que diante do medo, surge a coragem assim como perante a solidão, surgem os andarilhos e deles nada mais se espera que não sejam estórias, não menos que aventuras. E, com muito jogo de cintura vidas súbitas, fluídas e vibrantes como uma brisa de verão ou uma escola de samba.
Vai ver por isso, que embora meus doze anos tenham passado por mim, eu ainda me sinto capaz de brincar, só que agora são outras brincadeiras... Agora quando olho o passado tenho saudade, mas sinto que o meu "moleque interior" ainda vive dentro de mim, e assim como ele, hei de um dia cumprir um dos meus maiores anseios em viajar o mundo, a partir da América do Sul, mesmo que antes eu tenha que viajar por toda São Paulo primeiro....
Andarilho das Sombras