Uma ode as guerras invisíveis que travo.
Às vezes eu me envergonho de mim mesmo
Dessa minha invalidez moral
Dos fardos que eu crio, dessas cercas que não consigo transpor
Dessas lágrimas que eu volta e meia provoco.
De todos esses tiros n água
Antes a recuperação era tão mais fácil
Hoje cada erro se torna uma fratura de idoso
Partindo a bacia ao meio, a recuperação é tão lenta
As quelóides são bem visíveis em meu corpo
Por vezes penso ser um sobrevivente de uma guerra invisível
Mas quando teus olhos me fitam, feito duas jabuticabas maduras
Eu tenho certeza que por fim tudo vai dar certo
E teu sorriso de certa forma sacramenta essas certezas
Dá credibilidade a esses sonhos
Eu já sinto o cheiro de fruta fresca e vezo as crianças correndo no quintal.
27/09/2011.