Coleção dos diários nunca lidos. VIII

Hoje o dia amanheceu com um sol gelado e lembrei que não vejo a cara da rua faz dois dias.

Joguei a chave do meu universo pararelo na privada; guardei esses dias só pra mim.

Vesti a velha camisa desbotada da Janis, no meu rosto não olhei e me pus a pensar.

Notei que há muito eu não tenho um tempo que possa ser meu, algum momento que me faça lembrar quem sou eu.

Tem dias que minha'lma sai do corpo, e mesmo me gnose consigo sorrir, até mesmo gargalhar!

Qualquer bebida ingiro até o subconsiciente oscilar, até meu raciocínio falhar.

Infelizmente é dessa maneira que enxergo meu triste pesar, meu confortável padecer.

A cada gole inclino mais ao travisseiro, simples sensação de um breve morrer.