SÍNDROME

Velei o Amor!

Pensei:

No céu azulado e na mata verdejante

No luar e nas estrelas resplandecentes

No sorriso e na esperança da criança carente

No cantar dos pássaros sobreviventes

No manancial irrigador, transparente

Enfim, em todos viventes latentes

E, também, na ambição do homem ignorante

Mormente, em todas criaturas clementes

Só lembrei-me de mim ao chorar por descrer

em ter que, o que Deus nos deu, reviver ao perecer

Sem saber se isso pode ou não acontecer

antes que, até mesmo o meu ser, tudo possa morrer

Quando me fiz Poeta, nem sabia ler

pra falar a verdade, sequer escrever

e nem tudo que sinto, ainda, consigo dizer

mas, mesmo criança, já podia entender

que o homem em detrimento do bem, só o mal faz valer

Um poeta, perenemente, risca ou rabisca a tristeza no papel

por sentir pelo outro as verrugas do inferno e a lisura do céu

Na sua verve conquista e transmuta o amargo do fel

envolvendo o tão feio em mantilha bonita quão o doce do mel

Contudo, seus ditames sentidos se abanam ao léu

envolvidos na verdade escondida na transparência de um véu

Assim encontro-me, como poeta pensante na solidão

tornando minhas lágrimas em letras aglutinadas na emoção

Formando palavras furtivas em meu coração

querendo de mim a imediata solução

Que em teoria possuo, mas na prática não!

À mãe natureza, em nome do homem, eu peço perdão!!!

Nelson Batista
Enviado por Nelson Batista em 23/09/2011
Reeditado em 14/01/2023
Código do texto: T3236861
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