SÍNDROME
Velei o Amor!
Pensei:
No céu azulado e na mata verdejante
No luar e nas estrelas resplandecentes
No sorriso e na esperança da criança carente
No cantar dos pássaros sobreviventes
No manancial irrigador, transparente
Enfim, em todos viventes latentes
E, também, na ambição do homem ignorante
Mormente, em todas criaturas clementes
Só lembrei-me de mim ao chorar por descrer
em ter que, o que Deus nos deu, reviver ao perecer
Sem saber se isso pode ou não acontecer
antes que, até mesmo o meu ser, tudo possa morrer
Quando me fiz Poeta, nem sabia ler
pra falar a verdade, sequer escrever
e nem tudo que sinto, ainda, consigo dizer
mas, mesmo criança, já podia entender
que o homem em detrimento do bem, só o mal faz valer
Um poeta, perenemente, risca ou rabisca a tristeza no papel
por sentir pelo outro as verrugas do inferno e a lisura do céu
Na sua verve conquista e transmuta o amargo do fel
envolvendo o tão feio em mantilha bonita quão o doce do mel
Contudo, seus ditames sentidos se abanam ao léu
envolvidos na verdade escondida na transparência de um véu
Assim encontro-me, como poeta pensante na solidão
tornando minhas lágrimas em letras aglutinadas na emoção
Formando palavras furtivas em meu coração
querendo de mim a imediata solução
Que em teoria possuo, mas na prática não!
À mãe natureza, em nome do homem, eu peço perdão!!!