Desculpas...
Acordei hoje extremamente irritadiça. Porque algum motivo, que só os céus saberiam dizer. Ou pelo simples motivo de ser mulher, e de ter que enfrentar todo mês o mesmo dilema. Mas o fato que verdadeiramente me intrigou não foi isso. A sensação de não aceitação, já me era cabível. Mas o olhar para as coisas era um pouco diferente.
E nessas idas e vindas, dizemos coisas que não deveriam ser ditas, momentos que a racionalidade sensata se apaga, e agimos por impulso nervoso, por emoções instantâneas, que ultimamente tem estado à flor da pele. A dificuldade nisso tudo está na convivência de todos os dias. Porque a não possibilidade de se isolar com a irritação, nos leva a fingir que estamos em plena sabedoria. Até o ponto que não dá mais, e as coisas se findam.
Os momentos posteriores são verdadeiro martírio. A dificuldade de lidar com a culpa e ao mesmo tempo com o dever. Dever esse que nos lembra que o importante muitas vezes não é o que estamos sentindo, mas o que esses sentimentos provocam nos outros. O equilíbrio parece o fim do mundo.
Passei o dia inteiro tentando pedir desculpas, pensava em todas as possibilidades em que diria isso. Sem exceção, me entreguei para perceber o porque de não conseguir falar. É verdade que falo pouco, que preciso do silêncio para me libertar. Mas precisava mais que isso precisava ser perdoada de alguma coisa, qualquer uma que me salvasse o dia. Porque pedir desculpas é tão difícil? Debatia-me na ânsia de compreender.
Precisava falar... Precisava ter dito... Mas infelizmente o dia acabou.