Nada foi em vão....


Sentei-me no caminho, na sombra da saudade.
Peguei a chave do aposento, fechado dentro de mim.
Chave antiga, única. Sinto na alma cada giro na fechadura...
Entro na escuridão, tristeza ao acender a luz.
Tão pessoal esse lugar... Tão meus esses guardados.
Admiro-me com os odres arrumados.
Organizados com certeza. Cada um, uma lembrança.Seu conteúdo liquido único.
Abro o primeiro, o mais antigo. Revejo seu encher.
Tanto tempo e relembro. Como hoje, está aqui!
Provo o liquido tão salgado. Sabor que causa ardor.
Odre pesado enchido com muita dor.
Dentro desse odre só desamor.
Odre da despedida...
De repente me lembro o que vim fazer.
Organizar os odres cheios que o amor insistiu em conservar aqui.
Um dia esses odres pelo amor serão abertos.
Cada lágrima por sorriso será trocada.
Quando?Onde?Não sei não!Mas serão.
Na lei no universo tudo tem uma direção.
Um amor assim não terá sido em vão.



Su Aquino
Enviado por Su Aquino em 16/09/2011
Reeditado em 03/10/2011
Código do texto: T3222296
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