FAGULHA
Entendo que nada aconteceu, não tem nada para acontecer, ainda.
Não deixei de pensar em você, penso, agora apenas recordo, aprendi a conviver com a solidão.
Que vontade de você, quero mais, me dá mais, me ouve novamente, me aceita assim carente.
Deixa eu me perder nas palavras, rescreva nesse futuro, sobre aquele passado.
Quando digo, paixão, logo penso em você, quando escrevo, penso em nós e percebo que, por mais que passe a dor, ainda fica uma fagulha.
Fagulha que as vezes queima e como queima.
Quero deixar queimar, assoviar novamente de manhã ao pensar em tudo isso e ainda tenho sorte ou apenas sua amizade, que não me basta.
As asas que você me deu, atrofiaram e já não sei voar, não sozinha, não sem sua mão me apoiando, ajudando-me no dia a dia, nessa fagulha de vida.
Como posso ser tão egoísta e desejosa de você?
Preciso deixar de pensar no que perdi, para aprender a viver sem você, apagando essa fagulha que queima mais que pimenta em sopa quente.
Como posso apagar esse meu desejo, egoísta de você?
Desejo de você que não é egoísta de mim e nem apaga essa fagulha
de nós.