um buquê de amores

Às vezes me sinto menina.

Às vezes me sinto bonita.

Às vezes me sinto...

Às vezes eu não me sinto.

Às vezes eu sinto um arrepio. Que começa na nuca e se estende pelos meus braços.

Às vezes eu sinto um abraço. Um beijo que nunca foi dado.

Às vezes eu sinto um mistério. Uma declaração sincera, de um tipo de amor roubado.

Às vezes sou chamada de flor, de estrela, de amor. Às vezes eu é que chamo.

É uma boa sensação a de ser querida, a de ser amada, a de ser sentida, a de ter a ausência notada, a de ter a presença desejada.

E nesse vai e vem, nessas ondas de muitos amores, eu não posso escolher um só. É como estar num jardim com muitas flores, e colher apenas margaridas.

Desculpe margarida, você é bonita sim, mas não posso deixar de sentir o aroma das rosas. Nem posso deixar de admirar a audácia dos girassóis, nem a pureza dos lírios d’água.

Queria que os amores fossem como flores. Queria colhê-los todos, fazer deles um lindo buquê. Infelizmente, amores não são como flores. Entre amores temos que escolher.

Queria então, viver e voltar à vida. E vivê-la novamente e novamente voltar. Porque cada vez que eu voltasse um novo amor escolheria. Viveria todos eles, um de cada vez. E faria um buquê de noiva com muitas flores de muitas vidas. Com muitos amores, e muitas despedidas.

Karine Maria Lima
Enviado por Karine Maria Lima em 13/09/2011
Código do texto: T3218144
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