Inquietações

O bom senso

Na síntese do movimento

Perde-se tantas vezes

Entre duas faces

Imperando o ser animal

Que apenas permeava

A real essência de mim.

Em tal preço a lucidez

Empalidece a fonte de alegria

Sem saber-se utopia

Encaixota expectativas

Relegando a fendas imaginações.

Debruçado no palco da vida

Onde os olhos descansam ilhados

Fantasias inconfessáveis

Antes que de tudo esqueça.

Vejo a imensidão do homem velho

Cercado por todos os lados

Julgando trevas em vão.

Essas vinganças em forma de lembranças

Que do meu EU verdadeiro nada tem.

Sei que um dia sentirei descoberto

O rumo certo dos tempos idos

Sem a idéia de coincidência.

Isso que sei de mim sem tanto esforço

Sem apenas casualmente passar-me

Ou aprisionar-me em meu próprio preconceito.

Quero o ver além de mim

Sem o perigo da despersonalização completa

Ou fazer-me vítima de meu próprio olhar.

Ver de fora

O que infinitamente tenho dentro

Sem o sustento do temporário.

Quero o que não se preocupa

Com aquilo que sobrou do que foi lavado

Mas entender da sujeira que se foi

Antes de desfazer do meu tecido vivo.

Um pouco mais puro

Mesmo a cada gota.

Sem apegos

Entendendo o tempo sem querer apressá-lo

Ou abreviá-lo

Sem o perigo do desagregar

Legitimando mentalidades gritantes

Acatando erros que não passam

Mas fazem pactos injustificados comigo.

Sei o que quero...

Mas confesso não saber se tenho pés

E dignidade para alcançá-los.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 12/09/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T3214815
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