Dominica

A religião existe em função do domingo (Die Dominus - Dominica) ou será o contrário?

Na acepção da palavra re-ligare, religião é amor, porque é o que une, religa, o que está separado.

Quando almas amantes se tocam, elas são a própria religião sem entrar em igrejas, templos e afins, isso porque um religioso não pode viver a religião sem estar amando. Toda a parafernália dos rituais litúrgicos torna-se uma farsa se lhes faltar justamente o que os distingue.

Uma religião não pode combater, atacar, explodir. A religião, por natureza, é um estado de fusão. Sua essência é ser tolerante, compassiva, amante, pacifista. Religião é um caso de amor.

Por isso, não aceito mesmo os sistemas religiosos combativos, tipo cruzadas. Não vejo neles religião alguma. São mais patologias de guerra. Dirigidos por terroristas cujo meio de ação é o medo. São pessoas retorcidas por falta de atenção e carinho (por falta de religião!). Os ensinamentos de Buda, de Jesus, de Maomé, qualquer seja a confissão são camuflados talvez por os acharem perigosos. São camuflados com teologia. As sumas teológicas, todas elas, são frias, geladas, escritas para esconder a calidez do amor. Esse teólogos frios, no fundo, no fundo precisavam era do amor de uma mulher. Que fosse serena e ardente, meiga e voluptuosa.