ADMIRO

Admiro demais os homens de bem,

eu sou um homem de bem, disso eu tenho certeza,

no entanto, a arrogância encarnada no meu jeito,

e empregnada nas minhas palavras quando sou contrariado,

me fazem ridículo, tão ou mais que o mais dos ridículos,

e isso eu só percebo depois,

quando por ventura eu reencontro numa fila qualquer,

alguém que eu feri com minha seta de grosseria e má-educação,

e aí essa "pessoa", no sentido da palavra que Baltazar Gracián empregava, vem e me diz graciosamente: Olá tudo bem?

Nesta hora tenho vontade de me esbofetiar,

vendo quão inferior eu sou perto de uma pessoa que eu mal tratei

e quão respeito eu deveria ter tido por alguém assim.

Que minha filha não seja herdeira dessa mazela!

Liomac
Enviado por Liomac em 09/09/2011
Código do texto: T3209018