- O amor que eu nunca conheci
Eu quero um amor de verdade, sem falsidades ou segundas intenções; Um sentimento enraizado, nunca afobado ou com previsões.
Quero o amor que eu era o que era meu; mas enfraquecido faleceu e nunca mais aconteceu.
Na solidão que me espera, aguardo na janela o findar de um eu que fui um dia;
Mas a esperança não morreu, e sei que existem outros como eu.
O que de bom trasbordava e do meu peito minava, hoje destila um amargo veneno, o sentimento ameno que um dia eu guardei, se perderam sozinhos pela árdua estrada que trilhei, e sozinho com eles lá também fiquei.
O rapaz ingênuo, o amor sereno e o que de puro havia, jaz lá naquele canto escuro onde há um mostro a tragar todo e qualquer ser que se aproxima.
Eu havia me tornado um homem rude, desconfiado, sem esperança e sem alegria; e a cada dia passado busquei a reconciliação com meu antigo eu.
A força então acabou, por fim a paciência cessou, a felicidade se tornou precária e eu me via só em meio a uma estrada nebulosa.
Minha jornada de volta foi mais dolorosa, eu só busquei o amor, só queria a felicidade, mas os homens são tão vis, o ouro é tão sedutor que me deixei levar...
Eu errei, mas foi procurando o amor; Eu falhei, mas foi por uma causa maior.
Só queria encontrar, ter, ser, viver e morrer... O amor que eu nunca conheci.