Ao partir.

Nunca me dei bem com despedidas. Seja por fingir que elas não seriam pra sempre, seja por dar o adeus a quem não merecia, nunca consegui aceitar muito bem a idéia de que algo seria definitivo, para sempre, sem retorno.

Você pode até construir uma vida de despedidas. O lugar onde nasceu, a rua onde brincou, a árvore que subiu, a primeira boca que beijou, o primeiro amor que partiu, a única mulher que amou. Construir um futuro onde só vai achar lembranças, frases do passado que , por pura falta de tato, por essa coisinha dentro de você chamada medo, nunca mais serão repetidas.

Aprendi que não preciso de certezas pra viver, só preciso de desejos. Aprendi que sempre que me sentir vazio, sempre que houver um buraco dentro de mim que se ocupe com dor, com solidão, com angústia, haverá ali um motivo pra procurar algum encaixe perfeito pra o vazio.

Definitivamente, não conta o que você faz pra ser igual a todo mundo. O que conta mesmo, aquilo que vai te fazer ter algum tipo de brilho no olhar, é o que você está disposto a arriscar pra ser exatamente quem você sonhou.

Entenda quem você é, entenda do que você precisa. Abrace aquilo que te faz bem como se fosse o ar que você respira, pois é isso, e nada mais, que vai te fazer suspirar.

Não importa quem você é ao partir. O que importa são os motivos pelos quais você vai voltar.

felipemartins
Enviado por felipemartins em 07/09/2011
Código do texto: T3205145
Classificação de conteúdo: seguro