Minha verdadeira Máscara

Naquela tarde, de céu nublado e ligeiramente escuro, tinha conhecido alguém com os mesmos interesses que eu, muitos pontos em comum.

Naquele dia, naquele momento, despistei as regras, esqueci do mundo – estava me divertindo -, mesmo que da forma mais egoísta, era eu, irreconhecível, desmascarado, inexplicavelmente natural, espontâneo, de sorriso nos lábios...

Tudo parecia fluir tão naturalmente, me causando uma inevitável estranheza ao olhar naqueles olhos verdes, ao caminhar por aquelas ruas, quando pela primeira e talvez única vez – não me importava com ninguém.

Aquelas circunstâncias indicavam uma forte amizade, algo comum – e era o que dizia meu interior durante todo o tempo.

E tudo foi lindo, foi mágico, inexplicável (palavra-chave) e estranho demais para ser uma única amizade – embora fosse o que tudo apontasse: o coração, o meu interior e meu consciente. Perguntas não saíam da minha cabeça, e era natural, totalmente compreensível.

Tudo tinha sido feliz demais para um ser tão pacato, sonhador e errante como eu. Parecia ser tudo um grande espelho, refletindo minha outra face – a que nunca eu tive a oportunidade de conhecer, explorar, desvendar, desmascarar a fantasia que se impusera ao meu ser...

E após 18 anos, descobri que tudo não passou de uma máscara muito bem construída -, sob medida até – para que dissessem e pra que eu me convencesse que era eu aquele ser desconhecido de mim...

Paulo Ricardo Pacheco
Enviado por Paulo Ricardo Pacheco em 07/09/2011
Reeditado em 07/09/2011
Código do texto: T3205117
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