Onde está a mizade?

Por que hoje é tão difícil confiarmos verdadeiramente em alguém?

Por que está cada vez mais complicado firmarmos relações de amizades sinceras?

O que está acontecendo com o ser humano?

Somos seres sociais, portanto, não nascemos para vivermos reclusos em nosso casulo.

Porém, o homem passou a sentir-se dono de si e superior aos demais. Pensa-se muito que o que eu TENHO é mais importante do que eu SOU para o mundo.

Vivemos hoje o ápice do orgulho, da luxúria e da soberba. Valorizando sempre o que eu QUERO em detrimento do que eu já TENHO.

Muitas são as pessoas que acreditam que sua felicidade está atrelada a terem o carro do ano, uma casa maravilhosa, roupas e joias sempre de marcas e tudo muito caro.

A relação interpessoal está ficando cada vez mais frívola e porque não dizer " ultrapassada". Vemos homens e mulheres que vivem o culto ao corpo e pouco (ou nada) se importam com o intelecto.

Hoje se uma pessoa é bem informada, inteligente e tem "conteúdo" é logo tachado pela grande maioria como sendo chato. Os demais o excluem de um convívio saudável por acreditarem que essa pessoa "queimará seu filme".

Muitos são os que que se aproximam de alguém procurando sempre tirar vantagens. Não temos mais aquelas amizades verdadeiras, onde os seus segredos mais íntimos eram compartidos com alguém verdadeiramente confiável. Pois, ao confidenciarmos algo, já nos vem o receio de que havendo qualquer desentendimento, por mais tolo que ele seja, a pessoa poderá usar seus segredos contra você.

Nos momentos difíceis em que mais precisamos de um ombro amigo, muitos dos que se dizem nossos amigos, simplesmente desaparecem como pegadas na areia da praia. É nessa hora que devemos separar o joio do trigo, observar e analisar os que estão ao nosso lado.

Definitivamente estamos sendo arrastados por uma avalanche de informações que priorizam o material, fazendo com que a pureza de uma amizade verdadeira, do namoro e até do casamento pareçam coisas desnecessárias e portanto sem importância.

Cada um vive em seu mundinho fechado, buscando companhias efêmeras sem nunca envolver-se completamente, se contentando em "curtir uns momentos de felicidades".

Convive-se com o medo da solidão, mas, não se percebe que solidão maior já se está vivendo, pois, apesar de ver-se rodeado de pessoas, encontra-se só em meio a uma multidão de desconhecidos.

Sâmia Carvalho
Enviado por Sâmia Carvalho em 06/09/2011
Reeditado em 06/09/2011
Código do texto: T3204595