Somos balanças, o que muda é o que se pesa

Toda cultura, em todas as épocas, passadas e futuras, sempre considerou um conjunto de valores e práticas como negativos ou maus, e outro conjunto de valores e práticas como positivos ou bons, dignos de serem cultivados.

Essa forma de distinguir valores e práticas é universal - a postura ou o comportamento moral, e o próprio conceito de moral, é universal. Não há comunidade alguma sem moral, e não há moral sem valoração, sem distinção de bom e mal; e o indivíduo ou os indivíduos de uma comunidade vivem, comumente, em função destes valores - os valores os guiam, i.e., têm influência sobre suas vontades.

Podemos dizer que está entre a constituição do motor do homem seus valores.

O homem defende o que julga certo, e luta contra o que julga errado. Este é o princípio que movimenta o homem, e esta é a relação entre moral e vontade.

Temos, então, em todos os seres humanos, a noção de bem e mal, certo e errado, o que muda, porém, de um ser ou de um grupo de seres para outro é o que constitui esses valores, mas os valores ou noções de bem, certo, justo, e errado, incorreto, injusto existem.

Somo balanças de um funcionamento universal, o que muda é o que se pesa. A universalidade humana está nisto. (isto não é, a princípio, de fácil entendimento, embora seja simples; tentem refletir sobre o que lhes digo; se puderem entender isto é bem provável que consigam diluir vários destes pequenos conflitos conceituais, entre relativismo e absolutismo de valores e da moral).