SOBREVIDA
“Por mais pesada que seja a mão que o mundo me espalma, eu não declino.
Sou o dono e senhor do meu destino.
Sou o comandante da minha alma.”
Esse poema tem rondado meus pensamentos...
Tive uma infância superprotegida e intensa. Convivi com um pai que era a personificação do amor e com uma mãe que era a materialização em carne e ossos, de uma fortaleza. Fui criança cheia de mimos e carinho, fui princesa. Hoje creio que tenha sido porque um dia, teria quer ser eu a personificar o amor e a fortaleza. Rainhas, um dia foram princesas.
Por isso remanesci a todos de minha linhagem tal qual ao último dos moicanos. E agora, reconstruo a minha tribo com minhas próprias mãos, tijolo a tijolo, nas paredes dessa casa que encerra minha alma. Onde mantenho vivo o amor, a fortaleza, a honra que aprendi com meus ancestrais que se convertem, até mesmo sem que eu perceba, em sabedoria nas lições do meu dia após dia. Servindo de exemplo para a nova tribo que se inicia a partir da minha carne. Cabe a mim, não deixar que a memória dos meus ancestrais desapareça.
Não acredito no acaso da fatalidade. Se aqui estou é porque sou capaz, de certa forma... Eu sou a eternidade, a força e a coragem. Nesse momento em que me dou conta de quem sou, apesar do peso e da responsabilidade, agradeço a Deus pela oportunidade, pela confiança no meu ser. E fazendo minhas as palavras do poema, digo:
“... A qualquer deus, se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Na garra cruel da circunstância
Eu não recuei nem lamentei.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça está sangrenta, mas ereta...
.... Por mais pesada que seja a mão que o mundo me espalma, eu não declino.
Sou o dono e senhor do meu destino.
Sou o comandante da minha alma.”
(Invictus - Wiliam Henley)