Vida, doce vida. (04/02/2011)

Estou aqui. Sentada na minha cama. Meio que esperando alguma má noticia. Não que isso seja da conta de alguem que não seja eu, mas preciso escrever.

Neste momento, o homem que eu amo, está em um lugar que não sei qual é, fazendo algo que não sei. Em meio a tudo isso, a unica coisa que sei é que o que está acontecendo não é nada bom. Poxa, eu o amo! ELE me ama. Ouço repetidamente 'So in Love - Caetano Veloso'. Na esperança de não chorar, ou mesmo de por tudo pra fora de uma vez. Não quero, não posso, não vou chorar. Mal sei o que aconteceu... Pra quê as lágrimas? Poderei precisar delas mais tarde. Certamente precisarei. Odeio me sentir impotente. Odeio ser humana.

Já errei tanto com ele, tantas vezes... Receio não ter tempo para me desculpar. Elas finalmente caíram. As lágrimas. Quando penso nisso, elas caem. E são pesadas. Carregadas. Como aquelas gotas enormes de chuva, tão frias que parecem penetrar na minha espinha. Porquê? Porquê fiz tudo isso? No fim das contas só ganhei mais coisas pra colocar no meu 'Saco de Natal'. Infelizmente não são presentes, mas são coisas que tenho que carregar comigo.

Meu comportamento rude, maldoso, me custou isso... Essa dor que as vezes me corrói. Apenas queria saber qual o motivo dessa insistencia que tenho em me ferir. Em manter longe a felicidade... Enfim, achei alguem disposto a insistir por mim.

Se eu o perdesse, voltaria à minha vida triste e vazia. Aquela vida de cor opaca, que sempre tive. Cheguei até a me acostumar com ela... Mas não a quero de volta!

Infelizmente, diferente da minha vontade, não estou no controle das coisas. Das principais coisas. Talvez, eu de fato tenha o volante em minhas mãos, mas ainda não sei como manusear.

Só queria que tudo fosse diferente, e que esse aperto que me assola agora, fosse embora. As lágrimas secaram. São tão salgadas. E ressecam meu rosto. Meus olhos. Uma visão embaçada. E essa musica que toca, repetidamente. A unica palavra que me é clara: Love.

E por que esse maldito sentimento me faz isso? Castigo. Ele me traz o melhor da vida, e me leva ao fundo do poço. Ao seu bel prazer.

A tristeza vai virando sono. Cansaço. Acordei as 6h hoje. Meu corpo pesa. Incrivelmente, pesa mais na área do coração.

Minhas costas doem, me ajeito na cama, sem achar a posição ideal.

Aqui está o urso que ganhei no nosso primeiro encontro. Ele tinha seu perfume. Hoje não mais. Nunca foi tão triste olhar para esse urso. Tantas coisas me vem a mente agora. Sentimentos, momentos, sonhos. Será que tudo foi por água abaixo? Por ralo adentro?

Como um sentimento como o nosso pode ser tão frágil? Não encontro o sentido... A explicação. Nada me vem a mente, a não ser 'Onde ele pode estar?', 'O que aconteceu?'... Como eu queria estar ao seu lado agora... Mas não posso. Não me é permitido. Eu o amo em segredo... Por quê? Podem parecer migalhas. Mas não são. É o que tenho de mais real e vivo em mim. Esses pequenos pedaços de vida. É a unica coisa quente que pulsa nesse órgão gelado que eu chamo de coração. Mas que na verdade já nem sei mais do que se trata.

É triste ver o quanto eu amo num momento de dor. O quanto não ligo pra absolutamente nada quando tudo está bem... Meu delineador já escorreu por todo o rosto. E a música ainda toca. E minhas costas ainda doem. E minhas lágrimas ainda escorrem, geladas, esfriando o caminho que deixa na minha pele.

Porquê? Continuo sem achar explicação.

Tô melhorando. Resolvi colocar a lista de reprodução comum... É sempre assim.

Mas conforme as musicas passam [Pra ser mais exata, agora toca 'Acalanto - Chico Buarque'] consigo ir colocando situações nossas, encaixando perfeitamente. Ele me nina tão docemente quanto essa musica.

'Anos Dourados - Chico Buarque', estavamos viajando a ultima vez que ouvi essa musica. Tão lindo. Tão memorável... Esse piano é tão refinado quanto ele, rs.

Agora toca 'Atráz da Porta - Chico Buarque'. Lembro-me de ouvir essa musica enquanto imaginava ele me deixando. O céu estava perfeito. E ele me perguntava o que eu pensava.

Apenas respondi 'nada', como sempre. Elas são tão frias... [As lágrimas] Não existe destino para mim sem ele. Me desespero ao pensar...

'Noite dos Mascarados - Chico Buarque', engraçado... Ele citou na hora 'uau, que musica antiga! Da época do meu pai!', rs. Enquanto eu nos encaixava nos papéis na musica. Não encaixou tudo muito bem, mas eu tenho lá minha criatividade!

Deixa pra lá... Acho melhor eu ir dormir, ou tentar... O peso do corpo me incomoda mais do que antes.

04~02~2011 3:00am

Kari Vilela
Enviado por Kari Vilela em 05/09/2011
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