A loucura sádica
Loucura: “Qualidade ou caráter do que é louco”. (Dicionário Aurélio, 2006); “uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados ‘anormais’ pela sociedade”. (Wikipédia) Vivemos numa deturpada sociedade arraigada de normas e pensamentos ditos corretos. Mas, de onde vieram esses pensamentos e essas normas? Por que temos que segui-las?
O Marquês de Sade – filósofo, dramaturgo e escritor – passou boa parte de sua vida encarcerado nas alcovas da Bastilha e em sanatórios, pois era contra a essas obrigações ditadas. Era crítico ferrenho do religioso e do racionalismo, por isso fora perseguido. Suas principais obras foram escritas enquanto estava preso na Bastilha. Elas tinham cunho erótico, pois tinham a finalidade de chocar os leitores com o absurdo da sociedade em que ele vivia, tornando-as sucesso imediato e criando grande repercussão na época. As autoridades francesas, sabendo da fama dos contos, resolveram privar seu acesso a qualquer forma de literatura e escrita. Revoltado, Sade escrevia protestos nas paredes da alcova com suas fezes. Isso é loucura? Não. A privação da escrita obrigou o inconsciente do Marquês a achar uma solução. Ele burlou as amarras e gozou de seu maior prazer: escrever. Contudo, a história manchou a sua reputação. A própria psiquiatria tem a definição para as pessoas pervertidas que gostam de ter prazer na dor física: sadismo. Absurdo! Destruíram a verdadeira razão dos contos eróticos de Sade, pois tinham uma moral contra a alienação.
Esta, atualmente, atinge o auge de seu apogeu. Ligamos o computador ou a televisão e deixamos que nossos cérebros sejam “derretidos” pelas informações fajutas e pelas regras sociais. Isso é loucura?
Portanto, quebremos os paradigmas sociais e as regras outorgadas. Sejamos loucos de jogar pedra na Lua, pois o imaginário é abstrato e gostoso.