MONOLOGO DE ESCRITORA
E quando acho que vou parar de escrever, o frio me entorna, me envolve numa doçura, me pede para que eu o conte histórias! Depois me abraça. Faz-me carinho. Assim é a música clássica, a audácia dos instrumentos reunidos. E assim é a dor que contorna de leve, mas some rapidamente com um simples parágrafo. Desde parágrafos nascem outros, no meio destes escondidos há alguns versos, mas a fuga da pausa me põe em perigo, é difícil não saber quando parar.
Se não são os pássaros, então bastam os cachorros, os gatos, ou mesmo a lembrança de um tigre ou um dinossauro.
Se não são manhãs, são tardes, noites e madrugadas.
E num canto, tento me distrair, quando percebo que comigo o banco esta falando!
O ódio, a alegria, a calma, o amor e a raiva...
E as pessoas então? Como exprimem inspiração!
Quando penso que enlouqueci, descubro que não.
Quando leio poesia, ouço recitais. Dá vontade de escrever também...
Recebo incentivos daqui e dali. Choro por ficar sem caneta e por ai vai.
Pior é quando vejo filme, leio livro ou qualquer coisa, que rio de ideias!
Mas me recuso a deixar de anotar meus sentimentos, me recuso por enquanto a me tornar uma grande escritora... Ser boa no que faz, exige muito e não estou pronta para exigência, são elas que me broxam muitas vezes.
Eu penso em mim e no que o mundo me faz pensar. E que mundo! O mundo parece um dicionário, ali jazem as palavras e seus significados.
Gosto de andar porque me permite pensar, pensar em que vou escrever. São tantas as besteiras, que sou obrigada a fazer uma contate seleção. Essa por exemplo é uma. Mas é sincera, por isso estou fazendo, para guardar na minha lista de recordação.
Jesus! Escrever é tão bom...